Câncer de mama: cuidados e prevenção

Ele é a segunda maior causa de morte na população feminina, embora as chances de cura possam chegar a 80% quando a doença é detectada no início
Glycia Emrich

O número absurdo de mortes é, sim, por falta de cuidado. Não da mulher com ela mesma, afinal, o buraco é mais embaixo. “O número de mulheres que se submetem a um diagnóstico avançado é pequeno”, lamenta o doutor Ivo Carelli Filho, presidente regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Mastologia. “Nem todas têm acesso às consultas e exames ou não possuem motivação para fazê-los. Principalmente, quando consideramos a população de baixo nível sócio-econômico, que infelizmente encontra enormes dificuldades para conseguir atendimento médico no hospital público. Esta é uma questão que não diz respeito à desinformação, mas é uma questão social”, complementa o médico.
O auto-exame da mama
O primeiro sinal de alerta é o aparecimento do nódulo ou tumor. Mas para detectar qualquer coisa diferente, é super importante que você esteja bem familiarizada com a sua mama. Qualquer coloração diferente, retração ou até pequenos nódulos nas axilas, vale ficar de olho.
Mas se engana quem faz o auto-exame e acha que isto é tudo. Ele é indispensável, mas é apenas o primeiro passo. A partir da detecção de um nódulo no seio, a jornada ainda é longa: é preciso passar por consultas periódicas com um mastologista e iniciar um tratamento.
Claro que quem tem um excelente convênio médico geralmente consegue ser diagnosticada em fase precoce – o que não é o caso da maioria das brasileiras. Para a população carente o acesso não é fácil. “O número de pacientes que aguardam o tratamento é grande. Para chegar a ele, a mulher precisará buscar atendimento na unidade básica de saúde, será encaminhada para o hospital geral para finalmente chegar a um hospital especializado. Esse percurso pode levar até seis meses”, observa o doutor.
Boa notícia
A mamografia, que permite a detecção precoce do câncer já era realizada em hospitais públicos, gratuitamente, somente para mulheres a partir de 50 anos. Agora, a partir dos 40 anos, já é possível fazer. “É uma mudança importante, pois é possível atingir um maior número de mulheres, aumentar o número de diagnósticos precoces e diminuir as taxas de mortalidade”, comemora Carelli.
Mas essa comemoração é feita com bastante cautela. Apenas detectar a doença é tapar o sol com a peneira: “A rede pública dará vazão a todos os exames alterados? Após o diagnóstico e a realização do exame, haverá tratamento para todas as pacientes?”, indaga o médico.
E até a própria mama de uma pessoa mais jovem, por se apresentar diferente da mulher acima de 50, dificulta a obtenção de resultados mais certeiros. “Mas essa é uma questão polêmica em todo o mundo”, emenda ele. “A mulher jovem possui uma mama branca e seu seio é composto em sua maior parte por tecidos que produzem leite, o que dificulta o diagnóstico, já que o tumor também é branco. Durante a menopausa, este tecido é substituído em sua maior parte por tecido adiposo, mais escuro. Assim, o exame ganha maior confiabilidade”
Tratamentos
O tipo de cuidado escolhido pelo médico depende muito de cada caso. Em necessidade de cirurgia, a escolha pelo método varia de acordo com o tamanho do tumor. Geralmente, a paciente é submetida a esses tratamentos:
- Cirurgia para remoção do tumor- Quimioterapia- Radioterapia- Tratamento Hormonal
Lembre-se que nem toda alteração mamária é sinal de alguma possibilidade de câncer. Por isso, é extremamente importante que toda mulher faça consultas periódicas ao médico.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Todo mundo resfriado...

Primeiro de abril, sua calça caiu, seu pai não viu!!!

Aniversário chegando.